Assombrada olhava teus olhos frios
A caçoar das dores que me infringias.
Morri mil vezes e outras tantas seguiriam,
A perseguir-me por insones noites de solidão.
Palavras duras perfuravam-me os tímpanos,
Inundando mente, coração e alma.
O pranto invisível retinha as lágrimas,
Para chora-las depois, na escuridão de tempo.
Real e surreal faziam-me cambalear perdida
Por estradas até então desconhecidas.
A onda da traição, sorrateiramente se achegava
Destruindo castelos, sonhos e esperanças.
E entre os escombros do amor fingido
Via-me trapo largado ao léu.
Por muito tempo vivi sombra de mim mesma
A procurar por caminhos de mansidão.
Apedrejada por calúnias, injúrias e ingratidão
Tive o corpo coberto pela vergonha de ter sido
Eviscerei o amor vivido no passado
Nada restando do que fora nós.
Abro meus olhos ao amanhecer do dia
E a paz me envolve num longo abraço
Vencido o cansaço de batalhas vazias,
Sorrio ao ver que não estás mais ao meu lado
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