Dois olhos
frios a fitavam. desnudando sua alma.
Procurou a
sua volta por aquele que tanto amara.
Já não havia
ninguém, todas as marcas foram desfeitas.
Da boca
saiam palavras incompreensivelmente rudes.
Que rasgavam
seu corpo e maculavam sua alma.
Lágrimas
envergonhadas escorriam pelo seu rosto.
Coadjuvante
em toda a trama, não lhe foi dados falas.
Parte do
cenário, desapareceria quando as cortinas fechassem.
Artimanhas
criadas à noite mostravam a realidade do surreal.
Acreditou estar
morrendo, mas a dor que sentia não era o fim.
Enquanto
sons sangravam seus ouvidos, imagens se formavam.
Agora se
perguntava: não vira ou não quisera ver?
Talvez a
verdade fosse chocante demais para ser entendida.
O medo da
loucura a cegara num último gesto de compaixão.
Juntou
forças, com o peito maltrapilho, permaneceu altiva.
E com os
olhos molhados olhava os olhos de seu algoz.
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