quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

EXÍLIO



Duas malas encostadas a parede
Fora tudo o que restara de uma vida
Acabara-se a esperança, a perseverança.
Aquele lugar já não lhe pertencia.
Vagaria por outros ares e lugares.
Na eterna busca de melhores dias.
Cavaria a terra com suas próprias mãos.
Pisaria o chão enquanto resistissem os pés.
Não olharia para trás e nem choraria o ido.
Navegaria por calmarias e mares revoltos.
Fraquejar nunca fora uma opção.
Haveria de lutar até que à morrer estivesse.
Olhava o vazio porque não havia imagens.
O futuro não se desenhara nem pintara.
Mas seus ombros fortes segurariam o mundo.
Que haveria de encher de vitória e louros.
Ingrato destino que lhe roubara a vida
Transformando sonhos em lamentos vãos.
E no balanço das perdas e ganhos,
Adormeceu abraçada as velhas malas,
Pois estas eram tudo o que restara...
De uma vida que nem vivida fora.



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