sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Amigos








Andava altiva pela estrada de pedras pontiagudas.
Os pés descalços não sentiam mais dor.
Cicatrizes profundas os havia libertado.
Um leve sorriso de paz, lembrou-a de outras caminhadas.
Quando a morte seria uma bem vinda companhia.
Então, vindo dos céus ou vindo de Deus,
Mãos bondosas lavaram-na com as águas da Jacuba.
Flores dos jardins de Blumenau a enfeitaram.
E águas salgadas de Camboriú fecharam as feridas.
Ainda podia ouvir as cantigas com que embalaram seu sono.
Ombros amigos, fortes, que a ampararam quando caia.
Podia sentir o toque leve e macio com que a confortavam.
E os sussurros de doces palavras a alimentar sua alma.
Por vezes secaram suas lágrimas, por vezes choraram juntos.
Fizeram-na rir em meio a escuridão de sua alegria perdida.
Fizeram-na forte quando só queria perder-se de si mesma.
E assim, hoje, era um retalho costurado com fio de amor
Por todos aqueles que a retiraram dos escombros da vida.
E em sua pele estava tatuada a imagem daqueles rostos
A lhe mostrar que anjos existem e nós os chamamos de...
AMIGOS.




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