Acordo em um misto de susto e
empolgação. Pela janela observo as luzes acesas, em um canto qualquer da cidade.
Pessoas rindo, embebedadas em um momento raro de lucidez. Meu pensamento, enquanto
observo a cena repleta de vida, buscou consolo no passado, em um momento nem
tão distante aonde podia ainda sorrir. Foram anos caminhando sem olhar para
trás que já não sei mais a saída deste labirinto em que me meti. Quisera eu
voltar no tempo a acompanhar a pintura de nossas vidas. Entretanto aquele lugar
já não me pertence. Existe outro em meu lugar. Questiono-me se tudo seria
assim. Se a felicidade seria o ator principal de nossa encenação da vida e me
deparo com tantos “se”. Se... Sem achar respostas conclusivas, desafiando a
razão que se desfaz no tempo, observo mais uma vez a cena pitoresca na janela
de um canto qualquer da cidade. E cuidadosamente, quase que para não deixar
rastros, fecho os olhos mais uma vez e adormeço pensando em você. Pensando em
tudo o que poderíamos ser e em tudo o que não somos.
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