domingo, 30 de agosto de 2015

VISTE A LUA?


Sábado já domingo, pois é madrugada, a lua cheia,
Ilumina todo o céu com seu prateado resplandecente.
Eu aqui sozinha no apartamento, pensei em lamentar.
Pois a lua pertence aos enamorados e beijos são trocados.
Abraços, carinhos, uma infinidade de emoções tácteis.
E eu aqui sozinha, olhava a lua a me olhar condescendente.
E assim descobri, que nessa troca de olhares, éramos só nós.
Não precisava dividi-la com ninguém, em todo o seu brilhar.
Ela me iluminava e eu resplandecia em vestes prateadas.
Rodava pela sala intensamente, num bailado solitário e silencioso.
Com as luzes apagadas, ela fazia minhas vestes de princesa.
E não invejei os enamorados, perdidos na paixão avassaladora.
Paixões fugazes, efêmeras, que se perderiam ao nascer do sol.
Eu tinha mais, muito mais, tinha um luar que só a mim abraçava.
E mesmo de olhos fechados, pensamento distante, era mais feliz.
Porque podia dançar, sonhar e sentir na minha pele sua carícia.
Sem que ela fosse fugaz, efêmera e se perdesse no amor amado.
Cúmplices na nossa solidão, fizemos amor mil vezes de mil formas.
Um amor sublime e onírico alheio à carne que cobria meu corpo.
Meus olhos ameaçaram lágrimas, mas ela me sorriu com alvura.
E gritava-me: rode, rode, dance, dance, pois assim é o nosso viver.
Todas as noites estarei aqui, não importa o que venha a acontecer.
De forma pontual e serena, estarei aqui para acariciar tua alma.
Não te lamentes por estar sozinha a me observar, eu te sou fiel.
Tu me olharás todas as noites e todas as noites te farei reverencia.
E juntas passaremos horas a nos olhar, de uma forma cúmplice,
Que nenhum amante poderá substituir com tamanha paixão.
Sem medo, me esperarás porque sabes que jamais  falharei.
Saberás onde estou em todos os momentos do dia e voltarei,
Voltarei para teus braços dia após dia e sem que palavra seja dita,
Vestir-te-ei com meus raios e sairemos a bailar no infinito do querer.
Quando cansada estiveres, docemente velarei teu sono e sonhos.
Um sorriso brotará em teus lábios na certeza do nosso amanhã.
Assim, meu luar amante, dançamos todas as minhas incertezas.
Nas noites em que contigo passo de forma casta e inebriante.



                    


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