Sábado já
domingo, pois é madrugada, a lua cheia,
Ilumina todo
o céu com seu prateado resplandecente.
Eu aqui
sozinha no apartamento, pensei em lamentar.
Pois a lua
pertence aos enamorados e beijos são trocados.
Abraços,
carinhos, uma infinidade de emoções tácteis.
E eu aqui
sozinha, olhava a lua a me olhar condescendente.
E assim
descobri, que nessa troca de olhares, éramos só nós.
Não
precisava dividi-la com ninguém, em todo o seu brilhar.
Ela me
iluminava e eu resplandecia em vestes prateadas.
Rodava pela
sala intensamente, num bailado solitário e silencioso.
Com as luzes
apagadas, ela fazia minhas vestes de princesa.
E não
invejei os enamorados, perdidos na paixão avassaladora.
Paixões
fugazes, efêmeras, que se perderiam ao nascer do sol.
Eu tinha
mais, muito mais, tinha um luar que só a mim abraçava.
E mesmo de
olhos fechados, pensamento distante, era mais feliz.
Porque podia
dançar, sonhar e sentir na minha pele sua carícia.
Sem que ela
fosse fugaz, efêmera e se perdesse no amor amado.
Cúmplices na
nossa solidão, fizemos amor mil vezes de mil formas.
Um amor
sublime e onírico alheio à carne que cobria meu corpo.
Meus olhos
ameaçaram lágrimas, mas ela me sorriu com alvura.
E
gritava-me: rode, rode, dance, dance, pois assim é o nosso viver.
Todas as
noites estarei aqui, não importa o que venha a acontecer.
De forma
pontual e serena, estarei aqui para acariciar tua alma.
Não te
lamentes por estar sozinha a me observar, eu te sou fiel.
Tu me
olharás todas as noites e todas as noites te farei reverencia.
E juntas
passaremos horas a nos olhar, de uma forma cúmplice,
Que nenhum
amante poderá substituir com tamanha paixão.
Sem medo, me
esperarás porque sabes que jamais
falharei.
Saberás onde
estou em todos os momentos do dia e voltarei,
Voltarei
para teus braços dia após dia e sem que palavra seja dita,
Vestir-te-ei
com meus raios e sairemos a bailar no infinito do querer.
Quando
cansada estiveres, docemente velarei teu sono e sonhos.
Um sorriso
brotará em teus lábios na certeza do nosso amanhã.
Assim, meu
luar amante, dançamos todas as minhas incertezas.
Nas noites
em que contigo passo de forma casta e inebriante.
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