A noite cai
pesada sobre meus ombros, lacerando a pele.
Meus olhos
sobem para o céu, mas não há lua ou estrelas.
Nada vejo
além dos meus pensamentos se materializarem.
E nada disso
é bonito ou ditoso, nada é o que queria ver.
Quando as
cores fogem dos olhos e tudo que vejo é cinza.
Quando as
pessoas viram vultos de disformes contornos.
Todos os
sons se tornam ruídos que não consigo determinar.
Nada há para
amenizar a dor da peçonha que me envenena.
Fecho os
olhos para fugir das grotescas coisas que me invadem,
Mas de forma
traiçoeira, elas permanecem no mesmo lugar.
Os caminhos
estão fechados e não há um local apaziguador.
Conformo-me
na inexata regra do meu estranho sobreviver.
Na mentira
que criei para mim mesma, vejo um outro amanhã.
Transformando
todos os meus dias em esperanças futuras.
Os dias são
intermináveis e as noites assustadoramente longas.
Na cegueira
das injustiças, movo-me lentamente para o nada.
De forma
antagônica acredito no que já deixei de crer há muito,
Minha
teimosia de querer ter a felicidade como ar que respiro.
Assim,
asfixiada em meio as desilusões e desencontros vividos,
A tua
alegria me agride porque a tecestes com minhas lágrimas.
Usaste o fio
da minha dor para desenhar um rascunho de vida.
E quando te
cansares, amassaras o feito e o jogarás para longe.
Esquecendo-se
da matéria prima que utilizaste para realiza-lo.
E eu já
despida de tudo que havia em mim, prantearei o luto
Da minha
vida que foi traída, roubada e finalmente, descartada.
Teu riso
afrontará minhas chagas, que queimam na carne viva.
Mas meu
sangue manchará todo o caminho por onde andares.
E no jogo de
presa e predador, não há vencidos nem vencedor.
Somente
mágoas de um sofrer que nunca cessa em seu doer.
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