sexta-feira, 13 de novembro de 2015

POR QUE?

A noite cai pesada sobre meus ombros, lacerando a pele.
Meus olhos sobem para o céu, mas não há lua ou estrelas.
Nada vejo além dos meus pensamentos se materializarem.
E nada disso é bonito ou ditoso, nada é o que queria ver.
Quando as cores fogem dos olhos e tudo que vejo é cinza.
Quando as pessoas viram vultos de disformes contornos.
Todos os sons se tornam ruídos que não consigo determinar.
Nada há para amenizar a dor da peçonha que me envenena.
Fecho os olhos para fugir das grotescas coisas que me invadem,
Mas de forma traiçoeira, elas permanecem no mesmo lugar.
Os caminhos estão fechados e não há um local apaziguador.
Conformo-me na inexata regra do meu estranho sobreviver.
Na mentira que criei para mim mesma, vejo um outro amanhã.
Transformando todos os meus dias em esperanças futuras.
Os dias são intermináveis e as noites assustadoramente longas.
Na cegueira das injustiças, movo-me lentamente para o nada.
De forma antagônica acredito no que já deixei de crer há muito,
Minha teimosia de querer ter a felicidade como ar que respiro.
Assim, asfixiada em meio as desilusões e desencontros vividos,
A tua alegria me agride porque a tecestes com minhas lágrimas.
Usaste o fio da minha dor para desenhar um rascunho de vida.
E quando te cansares, amassaras o feito e o jogarás para longe.
Esquecendo-se da matéria prima que utilizaste para realiza-lo.
E eu já despida de tudo que havia em mim, prantearei o luto
Da minha vida que foi traída, roubada e finalmente, descartada.
Teu riso afrontará minhas chagas, que queimam na carne viva.
Mas meu sangue manchará todo o caminho por onde andares.
E no jogo de presa e predador, não há vencidos nem vencedor.
Somente mágoas de um sofrer que nunca cessa em seu doer.


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