quinta-feira, 9 de abril de 2015

EMPEÇONHENTAR




Nada é pior que a calúnia.
Ela transforma vítimas em réus.
Certas pessoas possuem esse poder,
Maligno, mortífero, devastador.
Usam seu poder de persuasão,
Usam palavras bem pensadas,
Fortes o suficiente para quebrar
Todo e qualquer argumento.
E assim, matam sua presa,
Sem derramar uma gota de sangue.
Vampiros de almas, destroem.
Vão sugando toda a dignidade,
Toda a honra e a vivacidade.
Nada mais querem que a vitória.
Mesmo que ela seja desnecessária.
É só pelo prazer, pelo poder.
Não lhes basta destruir os sonhos.
Acham pouco as lágrimas choradas,
As noites insones, o amargo na boca.
Acham pouco as humilhações infringidas,
A tortura velada, o constrangimento imposto.
Precisam de mais, precisam destruir o todo.
É o prazer psicopata de presenciar a dor.
E assim o fazem, por nada.
Simplesmente para sentir-se um deus.
E a vítima, cada vez mais vítima,
Vai ficando só, envolta nas palavras cinzas,
Que seu algoz derrama sobre todos.
Aos poucos, forma uma teia impenetrável,
A sufocar a verdade que a vítima traz dentro de si.
E esta, sem forças, chora as ignóbeis sofridas,
Sabendo que só o tempo poderá redimi-la.
Tirar-lhe do cárcere imposto pelo impostor.
Mas, talvez, seja tarde demais,
Nada mais restando, senão as chagas do abandono.
 

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