quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
Sombra
Despida de vaidades
Maltrapilha de sentimentos
Segue o caminho em frente
Sem nunca chegar a lugar algum
Por muitas vezes seguiu atalhos
Cobertos de flores
Que rasgaram sua pele
Com seus implacáveis espinhos
Já não se arrisca a buscar
Outras direções
É seu destino andar esta estrada
De desamores, desilusões e lágrimas.
Não, já não há mais lágrimas.
Já as chorou todas
Há um vale em seu rosto
Por onde elas passaram
Secadas pelo sol ardente
Que já não queima sua pele
Farrapos foi só o que restou
Restos de amores desamados
Sobras de carinhos fugazes
Olha para trás para ver se alguém a segue
Mas nem mesmo sua sobra lhe acompanha
Totalmente só em sua solidão
Deu tanto de si
E hoje cambaleia por entre vazios
Criou perspectivas,
Coloriu mundos
Fez castelos e se fez princesa
Foi bondade, foi meiguice.
Foi em vão
É cinza seu céu, sua estrada e sua vida.
As cores se apagaram de seu olhar
O brilho, também, já não existe.
Com os pés sangrantes
Caminha em direção ao nada
Onde nem sua sombra ousa ir.
Carmen Mattos.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário