Faz tanto e tão pouco tempo, que já não sei medir em anos, dias ou horas.
Tudo começou sem querer começar e já começado foi abençoado.
Tantos contratempos, tantos senões e mesmo assim viestes.
Devagarzinho, sem querer incomodar.
Bem quietinha, quase não te mostravas.
Assim chegastes.
Chegaste diferente.
Brigando, lutando, vivendo.
Mas, sempre quietinha.
Eu te via e via através de ti toda a força que emanavas.
Enquanto todos te evitavam, eu ficava ali a te olhar.
Sorria ao ver-te mexer as pequenas mãozinhas, balançar as perninhas.
Sorria ao ver-te te rir dos que não criam em tua força.
E hoje, sei lá quantos anos, horas ou dias depois.
Encontras-te com aquilo que um dia foi dentro de ti
Dividindo o mesmo sentimento que um dia tive
De te proteger e de te agasalhar com meu corpo.
Entendes, agora, a responsabilidade de se ter dentro de si.
Entendes que nada que fizeres será o bastante.
Entendes que és coadjuvante na história da vida.
Mas, acima de tudo, entendes que nada nem ninguém.
Poderá cortar este cordão umbilical invisível que os une,
Nem mesmo tu.
Carmen Mattos
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