domingo, 23 de novembro de 2014
Porta Fechada
Ficar só não é triste.
Triste é esperar o que nunca chega.
Ouvir passos que vão a outra direção.
É a porta do elevador que se abre, mas a campainha não toca.
É ver a manhã se transformar em tarde, e esta em noite.
E ali,
Sentada,
Olhando a porta que nunca será aberta.
O balanço da cadeira embala minhas dores.
Mágoas, tristezas, solidão e vazio são minha companhia.
Pensar no que poderia ter feito e não fiz.
Neste tempo que, parada, olhei para o que não veio.
E o que não veio é fruto do que não fiz.
Ou será que fiz,
De forma tão singela,
Que não foi notado?
E o que fazer com o tempo que ainda me resta?
E o que fazer com o olhar que não sai do lugar?
E o que fazer para que a campainha toque e a porta se abra?
Preparo bolos,
Preparo biscoitos,
Preparo amor.
Mas a porta não se abre e,
Embolorados,
Jogo-os no lixo.
Tanto amor e tanta dor misturadas
Aos restos de esperanças que guardava em mim.
No fundo de um saco de plástico preto
Que alguém vai,
De forma descuidada,
Jogar ao relento de um lugar abandonado.
Assim passam-se os dias de uma vida sem vida.
Assim,
Talvez,
Pague os pecados que nunca cometi.
Assim espero pelo dia,
Em que seja eu a passar pela porta,
Que nunca se abriu para ninguém a não ser eu mesma...
(Escrita por Carmen Mattos)
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MThereza Risolia ·
ResponderExcluirUma sensação horrorosa... Depende única e exclusivamente de nós. Atitude.
Carlos Risolia Barbosa Barbosa A porta está aberta para a imensidão do mundo. Esperança, cabeça erguida sem jamais olhar para trás. Alguém, em algum lugar distante, estará de porta e braços abertos para dar-lhe todo carinho que sempre mereceu!
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