sexta-feira, 18 de setembro de 2015

ADEUS SEM ADEUS


De mãos dadas, sorrindo com autentica alegria, eles caminhavam.
Andavam vagarosamente e faziam várias paradas, para abraços,
Beijos ligeiros e brincadeiras um com o outro de forma lúdica.
Nada perturbava a aparente felicidade dos velhos adolescentes.
Seus olhos se encontravam com ternura e o amor era evidente.
Em suas vidas multicoloridas, tudo a volta parecia cinza e sem graça.
E de um momento para o outro ele virou o rosto e soltou sua mão.
Ela pensou, no início, ser mais uma brincadeira que ele criara.
Mas ele olhou-a nos olhos num misto de desespero e medo
Estavam num vale florido que só agora ela notara e sentiu frio.
Não havia vento nem mesmo uma brisa, seu frio vinha de dentro,
Do desconhecido já passado tantas e dolorosas vezes na sua vida.
Ele desviou os olhos dos dela para não presenciar suas lágrimas.
E num instante estava correndo, subindo a serra a sua frente.
Ela tentou segui-lo, chamou por seu nome, gritou seu desespero,
Mas ele nada ouvia e seguia em frente de forma determinada.
Ela corria ofegante, tentando alcança-lo e esticava seus braços,
Sem nunca conseguir toca-lo, o via afastar-se de si cada vez mais.
Esgotada e já sem forças, parou e tentou alcança-lo com os olhos.
Ao fazê-lo, parou e o viu abraçar outros braços que não os seus.
Sentiu em seus lábios, o beijo caloroso com que eles se uniam.
Sentou-se no chão e chorou por horas, sem que eles a notassem.
E nessa posição ficou por dias e noites chorando sem consolo.
Ele a olhava vez por outra, enquanto enlaçava outro corpo.
E ela a cada olhar mais esperança tinha que ele viesse para si.
Até o dia em que viu que não poderia mais ficar nesta espera.
Mas ele continuava a olha-la e isto a prendia numa tola ligação.
Com as pernas bambas e o coração tremulo, deu-lhe as costas.
Não queria mais olhar aquele olhar amado que não a libertava.
Com o coração em frangalhos, ela começou o retorno a sua vida.
Deixou-o lá no alto, com suas escolhas e estranhas verdades.
Sozinha mais uma vez, fechou seus olhos para não ver o adeus.
Mesmo assim, o sentia a seguindo por todos os lugares aonde ia.
Sentia o calor de seus braços, ouvia o som das risadas trocadas.
E sentir era tão ou mais doloroso do saber nunca mais senti-lo.

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