De mãos
dadas, sorrindo com autentica alegria, eles caminhavam.
Andavam
vagarosamente e faziam várias paradas, para abraços,
Beijos
ligeiros e brincadeiras um com o outro de forma lúdica.
Nada
perturbava a aparente felicidade dos velhos adolescentes.
Seus olhos
se encontravam com ternura e o amor era evidente.
Em suas
vidas multicoloridas, tudo a volta parecia cinza e sem graça.
E de um
momento para o outro ele virou o rosto e soltou sua mão.
Ela pensou,
no início, ser mais uma brincadeira que ele criara.
Mas ele olhou-a
nos olhos num misto de desespero e medo
Estavam num
vale florido que só agora ela notara e sentiu frio.
Não havia
vento nem mesmo uma brisa, seu frio vinha de dentro,
Do
desconhecido já passado tantas e dolorosas vezes na sua vida.
Ele desviou
os olhos dos dela para não presenciar suas lágrimas.
E num
instante estava correndo, subindo a serra a sua frente.
Ela tentou
segui-lo, chamou por seu nome, gritou seu desespero,
Mas ele nada
ouvia e seguia em frente de forma determinada.
Ela corria
ofegante, tentando alcança-lo e esticava seus braços,
Sem nunca
conseguir toca-lo, o via afastar-se de si cada vez mais.
Esgotada e
já sem forças, parou e tentou alcança-lo com os olhos.
Ao fazê-lo,
parou e o viu abraçar outros braços que não os seus.
Sentiu em
seus lábios, o beijo caloroso com que eles se uniam.
Sentou-se no
chão e chorou por horas, sem que eles a notassem.
E nessa
posição ficou por dias e noites chorando sem consolo.
Ele a olhava
vez por outra, enquanto enlaçava outro corpo.
E ela a cada
olhar mais esperança tinha que ele viesse para si.
Até o dia em
que viu que não poderia mais ficar nesta espera.
Mas ele
continuava a olha-la e isto a prendia numa tola ligação.
Com as
pernas bambas e o coração tremulo, deu-lhe as costas.
Não queria
mais olhar aquele olhar amado que não a libertava.
Com o
coração em frangalhos, ela começou o retorno a sua vida.
Deixou-o lá
no alto, com suas escolhas e estranhas verdades.
Sozinha mais
uma vez, fechou seus olhos para não ver o adeus.
Mesmo assim,
o sentia a seguindo por todos os lugares aonde ia.
Sentia o
calor de seus braços, ouvia o som das risadas trocadas.
E sentir era
tão ou mais doloroso do saber nunca mais senti-lo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário