sábado, 5 de setembro de 2015

NUMA NOITE



Mais uma noite dolorosamente silenciosa.
E nessa mansidão perco-me no nada.
Escuto sons nunca dantes ouvidos
É mais uma ilusão, de toda misteriosa.
Assim sozinha, minha triste alma vaga.
A ouvir lamentos, dores e gemidos.

Por que teimo em deixar-me chorar?
Se a brisa que me envolve me acalenta.
E sem ter resposta, envolvo-me em mim.
Por onde anda meu corpo a se acabar?
Em que esquinas da vida se lamenta,
Já tão pobre desse amor que não tem fim.

Nada peço desta vida que me fez ninguém.
Só te peço para que minha lucidez já banida,
Me estenda a mão e me ajude a levantar.
Não sonho mais, nem desejo ser seu bem.
Sei que serei para sempre a tua bandida.
E de tanto saber já aprendi não me importar.

Queria tão somente não me ver na solidão,
Que me arrasta nesse caminho de saudade.
Sem ter flores, risos e perfumes de compaixão,
A tua lembrança com outro querer me invade.

Mais uma noite que escuta o meu chorar.
Na dor da espada no meu peito ferido.
E esse meu morrer já não tem onde morar.
Dele só se sabem e se conhecem o gemido.

Já não tenho mais nem mesmo a esperança.
Que um novo e ensolarado dia sempre traz.
Guardo comigo somente triste lembrança.
De um tempo longicuo onde morava a paz.




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