quarta-feira, 23 de setembro de 2015

AOS QUE MUITO AMEI



Tantos dias se passaram. Foram horas de agonia e sofrimento.
Pensei que nunca me libertariam e agora vejo amarras no chão.
Perdi tantas coisas, tantas pessoas, amores e ilusões sem fim.
Quase tudo foi recuperado, exceto pessoas que muito amei.
Mas que hoje não me fazem mais falta, pois perdidas estão.
Eu tinha um jardim lindo, que cuidava com esmero para mim.
E quando fui fazer a colheita, vi entre elas urtigas que plantei.
Pensando serem flores adubei, cuidei, e as perdi sem lamento.
Quando as olho assim pequenas um sorriso brota em meus lábios.
Pobres seres desnudos de sentimentos nobres  vagar ao léu.
Desconhecem o que as esperam quando as cortinas se fecharem.
Desdenharam o que de melhor havia em suas medíocres vidas.
Negociaram um carinho sincero e honesto que as levantava ao céu.
Envolvidas por palavras ditas como se fossem conselhos de sábios.
Eu espero, pacientemente, quando sua necessidade se acabarem.
E sem mais terem qualquer serventia, voltarem as suas escuras lidas.
Como marionetes num teatro de faz de conta, foram somente usadas.
Manipuladas sem pudor, para alcançar um resultado mesquinho.
Sem terem mais a quem recorrer, entenderão que foram enganadas.
Pois nesse jogo de vai e vem, não encontrarão mais qualquer carinho.
Tudo terá se acabado como numa festa em que se desliga o som.
Sozinhas, desamparadas, arrependidas, sem da vida encontrar o tom.
Olharão para trás a minha procura, alguém que as amou de verdade.
Mas estarei tão longe, tão distante que só me encontrarão na saudade.
Pois quem nasceu para ser urtiga, nunca conseguirá ser uma bela rosa.
Mesmo que, por um tempo  curto, sejam cantadas em verso e prosa.
Com tristeza, sofri por estes amores que se perderam no tempo.
Até que vim a perceber que quem me aquece é o sol e não o vento.
Adeus pessoas a quem muito amei, com toda a minha alma pura.
Procurem como eu tive que procurar, sozinha, sua própria cura.
E não me peçam que tenha compaixão, nem se digam arrependidas.
Pois com muitas lágrimas eu as pranteei e elas já foram perdidas.
Foi com elas que, dolorosamente, tratei e cuidei as minhas feridas.
E as cicatrizes que trago no meu corpo é fruto das minhas caídas.





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