Tantos dias
se passaram. Foram horas de agonia e sofrimento.
Pensei que
nunca me libertariam e agora vejo amarras no chão.
Perdi tantas
coisas, tantas pessoas, amores e ilusões sem fim.
Quase tudo
foi recuperado, exceto pessoas que muito amei.
Mas que hoje
não me fazem mais falta, pois perdidas estão.
Eu tinha um
jardim lindo, que cuidava com esmero para mim.
E quando fui
fazer a colheita, vi entre elas urtigas que plantei.
Pensando
serem flores adubei, cuidei, e as perdi sem lamento.
Quando as
olho assim pequenas um sorriso brota em meus lábios.
Pobres seres
desnudos de sentimentos nobres vagar ao léu.
Desconhecem
o que as esperam quando as cortinas se fecharem.
Desdenharam
o que de melhor havia em suas medíocres vidas.
Negociaram
um carinho sincero e honesto que as levantava ao céu.
Envolvidas
por palavras ditas como se fossem conselhos de sábios.
Eu espero,
pacientemente, quando sua necessidade se acabarem.
E sem mais
terem qualquer serventia, voltarem as suas escuras lidas.
Como
marionetes num teatro de faz de conta, foram somente usadas.
Manipuladas sem
pudor, para alcançar um resultado mesquinho.
Sem terem
mais a quem recorrer, entenderão que foram enganadas.
Pois nesse
jogo de vai e vem, não encontrarão mais qualquer carinho.
Tudo terá se
acabado como numa festa em que se desliga o som.
Sozinhas,
desamparadas, arrependidas, sem da vida encontrar o tom.
Olharão para
trás a minha procura, alguém que as amou de verdade.
Mas estarei
tão longe, tão distante que só me encontrarão na saudade.
Pois quem
nasceu para ser urtiga, nunca conseguirá ser uma bela rosa.
Mesmo que,
por um tempo curto, sejam cantadas em
verso e prosa.
Com tristeza, sofri por estes amores que se perderam no tempo.
Até que vim
a perceber que quem me aquece é o sol e não o vento.
Adeus
pessoas a quem muito amei, com toda a minha alma pura.
Procurem
como eu tive que procurar, sozinha, sua própria cura.
E não me
peçam que tenha compaixão, nem se digam arrependidas.
Pois com
muitas lágrimas eu as pranteei e elas já foram perdidas.
Foi com elas
que, dolorosamente, tratei e cuidei as minhas feridas.
E as
cicatrizes que trago no meu corpo é fruto das minhas caídas.
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