sexta-feira, 11 de setembro de 2015

DO OUTRO LADO DO MUNDO


É noite. Chego na janela e vejo a solitária lua branca,
Que tristonha, olha para o infinito a procura do sol.
Mais um desencontro, de dias e noites sem fim.
Fecho a janela para não testemunhar essa dor.
Penso em mim, penso em você, penso em nós.
Tiro a roupa vagarosamente e visto a camisola.
Sinto o cheiro de sabonete envolvendo meu corpo.
Olho no espelho e vejo teu corpo inerte. Sorrio.
Num sono profundo, abraças o travesseiro. Sorris.
Apago a luz, envolvo-me toda no cobertor macio.
Penso ser teu corpo quem me aquece neste frio.
Puxo as cobertas para cima, mais perto do rosto,
E as fibras, delicadamente, tocam meus lábios
Num suave beijo de boa noite. Adormeço feliz.
Os raios de sol invadem, sem pudor, o teu quarto.
Acordas e me procuras mas não estou ao teu lado.
Levantas, olhas ao redor e só me encontras, perdida
No sonho que embalou teu dormir por toda a noite.
Desapontado, vestes um sorriso e vais para o trabalho.
No carro sentes o meu perfume, mas não estou ali.
Em meu sonho brinco com teus cabelos, em carícias.
Ergues a mão a procura da minha, sem encontrá-la.
Lembras que estou perdida na noite do teu dia.
Velas meu sono e habitas os sonhos que são teus.
Anoitece, olhas pela janela e vês a solitária lua no céu.
Vestes teu pijama, olhas no espelho e vê meu corpo
Que adormecido, se sente envolvido pelo teu corpo.
Deitas para sonhar comigo, enquanto velarei teu sono.
Ao acordar com os raios de sol e me queimar a pele.
Sem nos encontrarmos, sem nunca nos separamos.
Como o sol e a lua a se complementarem na solidão,
De dias e noites infinitas, numa dolorosa magia onírica.

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