Estou
despindo-me de você.
A cada dia,
tiro um pouquinho.
Algumas saem
com facilidade.
Outras
precisam ser arrancadas.
Algumas nem
mesmo doem.
Outras
sangram com abundância.
De qualquer
forma, estou despindo-me.
Nua do seu
corpo e do seu cheiro,
Começo a
reencontrar o meu.
Olho-me no
espelho e vejo que a cada dia
Sou mais eu
e menos você.
Estou
apagando as lembranças,
Tal qual
apaguei as fotografias.
Enxugo
minhas lágrimas no fogo
Que fiz do
nosso passado.
Trato
cuidadosamente das feridas,
Que ainda
existem no meu corpo.
E assim elas
vão, pouco a pouco,
Cicatrizando
sem deixar marcas.
Não quero
lembrar-me do que fui.
Quero
esquecer-me do que você foi.
Por isso
essa necessidade de tirar-lhe,
De forma
completa, total e definitiva.
Tapo meus
ouvidos para não ouvir seu nome.
Abro meus
olhos para que não possa entrar em meus sonhos.
Aborto-o
todos os minutos da minha vida,
Como alguém
indesejável dentro de mim.
Lamento
todos os dias que compartilhamos.
Lamento todo
o amor que lhe dediquei.
Lamento todo
o bom e ruim de nossa vida.
Hoje quero
viver o meu sonho e não o seu.
Aqueles
mesmos sonhos que me você me roubou.
E na nudez
da sua ausência, serei eu e não você,
A razão da
minha existência.
Escrita por Carmen Mattos
Linda Dra Carmen de Mattos, não pude deixar de compartilhar. parabéns!
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