Na primeira vez que foste rude comigo,
Olhei-te espantada e disse Adeus.
Foi tão baixinho que só meu coração ouviu.
Fiquei silenciosamente te olhando,
Nos desencantos do encanto.
Na primeira vez que fostes ríspido comigo,
Olhei-te magoada e disse Adeus.
Foi tão baixinho,
Mas meu coração reconheceu.
Emudecida, te olhei.
Na desesperança da esperança.
Na primeira vez que gritastes comigo,
Olhei-te surpresa e disse Adeus.
Foi tão baixinho,
Mas meu coração apertou.
Estarrecida,
Fechei-me,
Na magia que se perdia.
Na primeira vez que fostes irônico comigo
Olhei-te ferida e disse Adeus.
Foi tão baixinho,
Mas meu coração sangrou.
Sofrida,
Despertei do sonho há muito sonhado.
Na primeira vez que mentistes para mim,
Olhei-te inquieta e disse Adeus.
Foi tão baixinho,
Mas meu coração ouviu.
Decepcionada, chorei
Pela perda da certeza.
Na primeira vez que me desdenhastes
Olhei-te perdida e disse Adeus.
Foi tão baixinho que só meu coração sentiu.
Assustada,
Escondi-me nas profundezas do meu eu.
Na primeira vez que me ignoraste,
Olhei-te cansada e disse Adeus.
Foi tão baixinho,
Mas meu coração reconheceu.
Angustiada,
Perdi-me no passado já não mais distante.
Na primeira vez que me fizestes chorar,
Olhei-te em lágrimas e disse Adeus.
Foi tão baixinho,
Mas meu coração tremeu.
Sozinha,
Senti-me em um caminho sem destino
E entre palavras rudes e ríspidas
Gritos irônicos,
Mentiras e desdenhos
Abandonos e lágrimas,
Olhei-te decepcionada e disse Adeus
Foi tão baixinho que retumbou no meu peito.
Relutante,
Decidi colocar meu coração novamente no meu corpo,
Já em chagas
Escondido de tuas maledicências
Só para te dizer Adeus!
Carmen Mattos
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