domingo, 4 de janeiro de 2015

Loucura



Risadas, vozes altas.
Estridentes, algumas roucas.
Um vai e vem de cores
Roupas que se movem
Num arco íris surreal
Movimento incessante
De pernas e braços
Gargalhadas sem sentido
Tudo ecoa dentro de mim
Seguro a cabeça com as duas mãos
Na vã tentativa de tapar meus ouvidos
Abro minha boca
E silenciosamente
Solto um grito ensurdecedor
Tudo gira como saia rodada
Fazendo-me marear
No sólido chão a minha volta
Meus olhos vagueiam em volta
A procura de um caminho
Para fugir disso tudo
Vejo-me apoiada nas paredes
Com o grito seco na garganta
Olhos que saltam para fora de mim
E ouvidos abafados pelos ruídos
Quero andar, mas faltam-me forças.
Afaluada na minha paralisia
Sinto minha energia esgotando-se
Papel sentada ereta
Essa é a visão que tenho de mim mesma.

Um comentário:

  1. Carlos Risolia Barbosa Barbosa Momentos de baixo astral e introspecção bem expressadas

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