sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Anjos de papel


Dois anjos caídos do céu, na exatidão em que meus dias precisavam deles.
Anjos de papel, que se desdobram para me trazer ao rumo, para me trazer paz.
Sem asas, sem magia, anjos em forma de pessoas.
Que brigam, xingam e na constância do dia a dia se desentendem, comigo.
Eu tenho dois anjos de papel.
Almas nobres, tão peculiaridades dentro de si mesmos.
Um que se veste de paciência e segura minha mão sempre que é preciso.
Outro que se arma de rebeldia e se afasta sempre que se faz necessário para que nossas vidas voltem a se encontrar.
Eu tenho dois anjos de papel dourado, da cor mais nobre do espírito, onde o simples fato de existirem irradia luz que me contagia.
Protegem-me contra tudo que possa me ferir, incluindo eles mesmos.
Enquanto um me dá conselhos apenas dizendo que está tudo errado ou que eu fiz tudo errado, o outro se rebela e se afasta dizendo que tudo continua errado.
E me dão tempo para pensar...
Entretanto, sempre que nos afastamos, quase sem explicações, sinto o perfume no ar deixado na imensidão da distância causada.
E todas as noites, antes de dormir, eu agradeço pelos meus dois anjos, que mesmo feitos de papel, mesmo contagiados pelos defeitos humanos, não me abandonam em momento algum.
E assim, a vida toma cor, som, cheiro e brilho.
Tudo por causa dos meus dois anjos feitos de papel dourado...

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