A rua movimentada, de um lugar desconhecido, que ela facilmente poderia chamar de lar, lembrava que já era hora de ir embora.
A mala estava desfeita no quarto do hotel e ela não queria partir.
A distância de tudo que a matava lentamente, fazia-na esquecer do que já era passado e não tinha solução.
Nos dias que se passaram, absorvida pelo novo, ela já não tinha tempo de pensar em nada, inclusive nele.
O medo do retorno causava um espanto e uma triste melodia, que teria que lidar inevitavelmente.
Mas sabia que aquilo era passageiro e que, com o tempo, as coisas se ajeitariam.
Tomou esse tempo para pensar e ligou todos os pontos soltos, daquilo que, quando estava no olho do furacão, infelizmente não conseguia entender.
Tudo era tão simples, que não entendia o motivo de não ter compreendido toda uma situação antes.
Talvez o seu temperamento ruim, de quando não tinha paciência de perguntar, haviam feito dela uma prisioneira de si mesma.
Mas apesar da claridade da situação, ela não queria voltar.
Fugir do inevitável parecia ilógico, mas o inevitável a amedrontava, ainda.
Coletando todos os pensamentos que se encaixavam em sua cabeça ela sabia que era hora de partir.
Com a cara lavada, de peito aberto e toda a coragem que pôde reunir em si mesma, subiu, colocou seu melhor vestido, arrumou as malas e sorrindo voltou para aquilo que ainda era o seu lar...
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