sábado, 10 de janeiro de 2015

As horas




Mãos atadas no meio da escuridão que ilumina meu quarto tão sem vida. 
Já não existem pensamentos que residam nesse vão que se formou dentro de mim mesma.
Imersa nesse vazio que se formou e em todas as vezes que acreditei que pudesse escapar, fixo o olhar no peito que sangra.
Toda a dor que peguei para mim para não ver você sofrer, subitamente transborda meu corpo em chamas e se transforma em lágrimas que apagam tudo o que pudesse sentir.
Eu havi pedido tão pouco e me perdido na ilusão de que era suficiente.
Eu havia esperado muito, que o relógio já pulsava em uma triste melodia em que segundos se transformavam em horas.
Havia tanto ainda a ser feito, tanto a ser construído, tanto a ser consertado...
Já não existem razões para que minhas mãos se desatem e tampouco vontade para que isso aconteça.
Simplesmente me entreguei.
Eu, o escuro do quarto, o teto, as paredes e esse velho relógio que sufoca toda a necessidade de ver as horas passarem nesse momento de embriaguez...


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