quarta-feira, 19 de março de 2014

Um pouco mais que o infinito


Um pouco de tudo que habita em mim,
Neste momento em que palavras soltas vagam por aí,
Enquanto analiso tudo o que nos aconteceu.
Procuro-te da mesma forma que tu me procuras.
Somos dois,
Ao passo que somos um.
Nesta montanha-russa da vida,
Onde nossos altos e baixos sempre serviram para nos unir
E nossas mãos sempre andaram entrelaçadas.
Posso dizer que és o meu anjo,
És um pedacinho de mim que nem sabes.
És aquele que me defende,
Sem nem ao menos saber se estou certa,
Sem nem ao menos saber de todos os medos que habitam em mim.
És meu tudo.
E aos poucos,
Enquanto tu me seguras para eu não cair,
Percebo o caminho errado que a vida seguiu para nos trazer aqui,
Mais uma vez,
Neste momento.
Converso contigo enquanto converso com anjos
E vejo a loucura em que tudo se transformou,
Quando,
Juntos,
Apoiamo-nos um ao outro.
E aprendemos a melhor forma de traçar este caminho.
E eu,
Já desenganada dentre tantas desilusões,
Enxergo em ti aquilo tudo que tu vês em mim.
E me conforto dentre tantos sonhos bons...
Somos únicos.
Tu és único e nem ao menos sabes disto.
Aos poucos,
Em uma confusão de sentimentos paralelos,
De risadas soltas,
Vivemos este momento intensamente,
Enquanto o mundo lá fora parece não existir.
E esta roda de pensamentos leves,
Transforma-nos a cada dia e fortalece nossos passos.
Tu me seguras enquanto eu te seguro.
E assim,
Juntos,
Tornamo-nos uma muralha indestrutível.
E eu converso contigo,
Como converso com anjos.
Um pouco mais que o infinito...

(Escrita por Versos Ditos)

sexta-feira, 14 de março de 2014

Enquanto se perdia



Ela olhou nos meus olhos, fitou-me com seus olhos azuis tão sem vida, e aos poucos percebi o precipício em que vivia. Toda aquela dor que sentia sempre que chamava seu nome. Eram tantos sentimentos que aos poucos percebi como a sufocava e como fui matando o resto de vida que tinha. E com a voz calma, num tom de veludo, um tom que talvez minha raiva de perdê-la não merecesse naquele momento, disse-me que as coisas não estavam dando certo e que precisava sair daqui. Correu... E eu a agredi mais uma vez com minhas palavras sem sentido. Acusei-a com todos os medos que sentia, sem perceber que ela não era igual àquilo tudo que havia vivido. Arrependi-me e minhas mãos puderam segurá-la e trazê-la para perto de mim, mais uma vez. Fiz promessas, jurei minha vida, chorei... E mais uma vez pude tê-la ao meu lado. Só que aos poucos, a medida que o tempo passava, percebi que minhas promessas eram em vão e que não conseguiria mantê-las por muito tempo. Tive medo enquanto a sufocava, outra vez, com todo aquele amor que sentia. Um amor tão grande que não cabia em mim. Ela era perfeita! Tinha um mau humor insuportável, mas continuava perfeita, ao menos para mim. Fazia dancinhas engraçadas, enquanto me mostrava o quão bom poderia ser estar ao seu lado. Ela era a minha fortaleza, ao passo que eu sempre me vi perdido dentre tantas desilusões. Eu precisava dela ao meu lado e nunca me importei ao certo com o que ela queria para si. Trouxe a minha vida e me esqueci da dela. Apaguei seus sonhos, sua coragem, suas ambições. Fiz-na minha. Talvez até aquele momento não havia percebido que a tinha feito prisioneira de todo o amor que sentia. Tolhi-lhe a liberdade e segui cada passo seu, numa tentativa louca de escondê-la de seus sonhos. Procurei-a por todas as ruas, mas já não a tinha comigo. Foi aí que mais uma vez chorei. Questionei-a onde havia parado todo aquele amor que ela sentia por mim, quando jurava ser só minha. Rezei baixinho para que a resposta que viria não fosse me machucar. Surpreendi-me. Mais uma vez, com uma voz doce, delicada, quase angelical, ela me disse que havia me perdido quando resolveu buscar a si. Quando percebeu que todos aqueles sonhos que sentia, os mesmos que eu havia matado quando a quis só para mim, estavam mais vivos do que nunca, adormecidos no elo mais profundo de si. Tentei segurá-la mais uma vez jurando tudo aquilo que sentia, quando percebi que suas mãos já não tinham o calor de antes e meu peito já não serviria para acalmá-la numa noite de frio. Mas percebi, aos poucos, seus olhos se enchendo de vida. A liberdade a havia feito bem. A liberdade a havia feito voltar a sorrir. A felicidade que lhe escondi havia surgido como forma de acalmar toda aquela angústia que ela sentia. Ela finalmente era livre. Enquanto eu, que havia dado tanto de mim, que achava que tinha feito as melhores escolhas no lugar dela, vi-me sofrer baixinho, calado, arrependido de todo o mal que havia lhe feito. Era tarde demais... Dessa vez ela correu, fugiu sem rumo, encontrou-se enquanto me perdia. E nesse momento percebi que meu amor não seria suficiente. Deixei-a ir. Deixei-a livre. Para, quem sabe, um dia voltar...

(Escrita por Versos Ditos)

quinta-feira, 13 de março de 2014

Última página


Última página de um conto,
Toda uma história.
A expectativa acabou.
Muitos se fizeram honrados,
Outros desiludidos.
Essa foi minha meta,
Tentá-los com todas as armas.
Enganei-os com a pior delas,
A palavra.
Ela que a tantos mata e fere.
 Todos os anjos que me fizeram sonhar,
Obrigada!
Sou grata a vocês...
Pois sem os sonhos não somos nada.
A luz divina está ali,
Basta nos fecharmos desse mundo.
Pode ser essa a última página
Dessa história minha.
Porém a vida continua.
Talvez não da melhor forma,
Mas é assim que tem que ser.
Nada é importante o suficiente,
Para que nossos corações deixem de bater.
Meu lema, esse foi.
Muitos obstáculos venci,
Batalhas tão fúteis!
Muitos pensam que fui louca,
Porém não o sou.
Tento apenas viver essa triste vida da melhor forma.
Papéis levados pelo vento,
Rabiscos...
Fiz um novo mundo,
Esse pelo qual choro.
Fui motivo de graça.
Porém enganasse quando pensas que temi.
Minhas pegadas estão aqui.
Basta segui-las,
Para desvendares todos os meus segredos.
É aí que o conto acabou.
Um dia qualquer,
Numa vida qualquer!

(Escrita por Versos Ditos)

quarta-feira, 12 de março de 2014

Um pouco de mim - Rascunho




Um pouco de mim.
Um pouco torto,
Descomplacente,
Desconfiado.
Um pouco de tudo
Ou talvez de nada.
Um pouco cruel,
Ou até sádico.
Mas não muito,
Só pouco.
O pouco que rouba sonhos
E se desfaz no meio da tempestade.
Aquele pouco
Que se busca
E não se tem.
Mas não sou pouco
E sim muito.
Curioso
E experimental.
Aquele muito que assusta
E ao mesmo tempo vive.
O muito que se entrega
Mas não espera nada em troca
Aquele muito que é feliz!
Um muito desajeitado
Desorganizado
E um tanto quanto metódico.
Um tanto quanto temperamental!
Mas é muito
E não pouco.
Talvez na medida exata
Ou na dose errada.
Um muito que se perde
Um pouco que se encontra.
Um muito que batalha
Um pouco que se cansa.
Um muito que sonha
Um pouco que desiste...
Um pouco que é teu
Mas um mundo que é muito
E é  só meu!

(Escrita por Versos Ditos)

Cartas



A mágoa refletida na dor insuperável
Que toma o abismo de minha mente
E faz insanidade nessa louca vida.
O atrito causado me fere agora.
Minhas lágrimas não sasciam a sua inescrupulosa ira.
Mais do que nunca
A complexidade de seus atos incompreendidos
Faz-me sufocar nesse oceano de tristeza.
Não compreendo!
Talvez pudesse suprimir todo esse ódio
E angústia que se fizeram presentes
Nessa montanha-russa de nossos seres,
Quando o que não quero, desejo
De nossos seres morimbundos
A total desunião.
O mundo parece girar,
E eu não entendo seus atos.
As cartas foram dadas,
Atiradas à minha alma.
Talvez não na razão do tempo.
Sofri!
Mas tudo se torna facilmente ridículo agora,
Quando já exausta entre tantos soluços,
Procuro razão para o seu descaso.
O amor,
Confundido com a louca falsidade
Nos carregou durante todo esse tempo.
Acordo para o mundo nem tão real.
Descubro que não tem volta.
O fim parece ser triste e próximo.
E a vida complexa demais...

(Escrita por Versos Ditos)

terça-feira, 11 de março de 2014

Mãe




Palavras não seriam suficientes
Para que quando,
Numa noite de frio,
Num abraço acalmado pelo tempo,
Num tenro beijo,
Demonstrasse toda a gratidão,
Existente no fundo da alma,
Na grandiosidade do ser.
Tic... Tac...
O tempo para,
Para tudo,
O mundo para.
E mais uma vez notamos que já não há tempo,
Já não há escolhas,
Difíceis caminhos...
Separação!
O passado mostra-se fútil,
Na imensidão do futuro.
Porém nada há de ficar para trás.
O que fomos
É o que seremos.
Graças a ti!
Seria majestoso o ser de que falo?
Seria a esse que devo gratidão?
Crescemos, aprendemos, caímos...
A vida assim se fez.
Porém enganas-te
Quando pensas que já não precisamos de ti.
Peça indispensável
Deste quebra cabeças de nossos seres.
O tempo continua imóvel,
Por enquanto.
Já podes sorrir!
Seus doces anjos
Aqui estão,
Prontos.
O tempo passa,
Maltratando a todos.
Porém já sabes que sem ti
Nada seríamos.
Dignidade de uma vida.
Imensidão do ser!

Obrigada pelo toque de vida que despositastes no fundo de nossa alma, onde só o coração toca. Ao amanhecer do dia, ao fim da vida. Por ser a divinidade, a alegria, a paixão.
Muitos acreditam ser prudente definir você em palavras. Porém nada encontraram além da dimensão gigantesca de divinidade.
Ser mãe é acreditar na vida. Ter sonhos e metas. Ver o futuro além de suas mãos. É, sobretudo, acreditar.
E não seria em poucas lágrimas que por deveras escorreram de sua majestosa face que você iria deixar de acreditar em nós.
Nem por um segundo.
Nem por um momento!

(Escrita por Versos Ditos)

segunda-feira, 10 de março de 2014

Anjos


Seriam anjos que vejo agora?
Seria a eternidade de meus passos,
Resumidos em seu ser devoto a mim?
Nada mais entendo dessa louca vida
Que bate em minha porta
E zomba das lágrimas que escorrem na minha face,
Encharcando meu peito
De fúria e arrependimentos.
Há um sábio que dorme em meu leito agora.
Silêncio inexistente.
Choro por uma razão qualquer,
Dos tropeços de minha longa caminhada...
...já não basta.
O que deveria eu,
Fazer diante desta situação sem volta?
Correr já não posso,
Pois meus pés calejam e sangram a tua morte.
Já não posso mais rir desta vida que me fez incrédula,
Já não posso nada além da desilusão.
Anjos brincam ao meu lado
Falam, sorriem...
Anjos ainda existem e não seria você
Quem iria acabar com essa minha gana de sonhar.
Num dia qualquer
A vida se mostrou mais uma vez errante,
Numa noite qualquer.
Tudo está tão calmo agora!
Onde foram parar
Os anjos que me fizeram sorrir?
Onde está o encantamento de minha alma?
Apenas o vazio me restou,
Apenas mais uma vida jogada ao vento,
Mais um ser vazio,
Uma alma errante.
Num súbito momento apenas...
O que se passa nos sonhos desta,
Que vos escreve?
O que me faria sonhar?
O futuro é promissor
- berra o sábio ao se levantar de meu leito.
A cólera de teu ser,
Não passa de medo
- diz-me sem pestanejar:
Prossiga nesta caminhada tua,
E nunca serás triste.
Há uma vida inteira pela frente
E nada te fará cair,
Que não sejam tuas fraquezas.
És forte o bastante para lutar e vencer.
Não caia,
Não machuques aqueles que amas.
Nada cicatrizaria as feridas deixadas!
Viva,
Mas não chore.
Caia,
Mas levante.
Sorri,
Mas não ria.
A vida é bela demais
E você mais importante ainda para nossas tristes almas.
Ainda vale a pena viver
- disse o sábio.
Vale a pena sonhar!
E os ventos que soprem em nossos ouvidos mais uma canção
Que sequem as lágrimas do passado.
Que nos vejam viver intensamente,
Como jamais fizemos...
E que sejamos felizes ao menos agora...
Ao menos por enquanto!

(Escrita por Versos Ditos)

domingo, 9 de março de 2014

Simples assim


Um dia eu disse que faria uma canção
Com letras tortas
Traços descompassados
Assim como aquilo tudo que vivemos.
Talvez seja melhor assim
Talvez tudo tenha terminado,
Da forma mais brusca,
Porque a vida não nos permite ensaios...
Talvez eu não fosse o suficiente
Para preencher todo aquele vazio que sentias.
Talvez...
Mas toda quarta-feira tem um fim!
E as perguntas não param,
Giram sobre a minha cabeça
E me fazem questionar o porquê de tudo.
O porquê que deixei você se aproximar
E roubar o pedaço mais puro de mim.
O motivo real que dei o mais valioso de mim
Para alguém que poderia pisar em tudo
E seguir sem direção.
Mas as perguntas ficam sem respostas agora
Quando tudo aquilo que me fez
Faz-me querer seguir em outra direção.
Você me disse que tudo seria diferente
E minha ingenuidade me fez acreditar em ti,
Mais uma vez...
Agora olho para trás
E vejo que tudo poderia ter sido diferente
Quando,
Naquela quarta-feira
Não tivesse deixado um pouquinho de mim.
Quando percebi que já era tarde demais...
Tantas mentiras,
Palavras sem sentido
E eu me entreguei a ti.
Mas tudo tem seu fim.
Dei-te meu ombro,
Meu colo amigo
Minha compreensão
E recebi o vazio em troca.
Um vazio que não reside em mim
Mas sim em ti!
Tão desprovido de amor!
Tão desprovido de compaixão!
Não digo que tenho pena de ti
Porque eu já a tive de mim
Quando você virou as costas e seguiu,
Mais uma vez,
Sem direção.
Mas toda quarta-feira tem seu fim
E a vida continua...
Com pés descalços,
Coração partido,
Mas é assim que tem que ser!
Simplesmente continua... 

(Escrita por Versos Ditos)

Um dia feliz

Um dia acusaram-na de ter feito uma coisa que não fez
Pisaram em seu caráter e nos 30 anos de profissão que exerceu de forma exemplar
Eu estava presente e fui testemunha deste ato covarde.
Com a mão de Deus ela teve a súbita ideia de gravar tudo, com um celular, escondido.
Na hora não sabíamos o motivo de tão genial ideia.
Pois bem, no mesmo dia descobrimos...
Quando eles a acusaram!
Acusaram sem dor na consciência, ética ou caráter.
Mas a acusaram...
Afastaram-na de suas funções julgando-na culpada, mesmo sabendo de sua inocência.
Eles a acusaram...
Apunhalaram seu peito com a mais inescrupulosa mentira,
Causaram lágrimas que perduraram meses em seus olhos e em sua alma,
Sem saber das mãos de Deus que segurava o gravador naquele momento.
E esse foi o estopim de tudo.
Hoje, finalmente, durmo tranquila
Em saber que as mãos de Deus a salvaram
Naquele momento em que coisas ruins passaram na cabeça de pobres pessoas.
Hoje eu durmo tranquila!
Porque conheço do seu caráter e de toda a sua trajetória de vida
Mais do que tudo,
Porque eu estava lá.
E quando a acusaram sem saber das mãos de Deus,
Estavam enterrando a própria alma
E entregando aquilo de mais precioso que alguém pode ter
A tranquilidade de ser ético,
Justo,
Honesto
E, 
Acima de tudo,
De ter as mãos de Deus ao seu lado.

(Escrita por Versos Ditos)
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