Ele era
calmaria. Ela era a tempestade. Ele só queria estar ali. E ela queria conhecer
o mundo na velocidade do pensamento, até o raiar do dia. Ele já estava cansado
e só queria paz. Já ela, ela chegou para tirar essa paz. Eles eram tão
diferentes, mas tão iguais. Uma conexão que extrapola a razão humana, que deixa
tudo em câmera lenta. Em outro dia, outra época, outro lugar, tudo pudesse acabar
diferente. Tudo talvez pudesse fazer sentido... Ele queria. Ela queria. Eles
sabiam... Não podiam!
E se
perdiam dia após dia, brincando de não fazer sentido. Ignorando a presença que
incomodava, deixando dúvidas pelo caminho. Se ele soubesse? Se ela soubesse?
Sorrisos no olhar, as vezes em que ele se pegou olhando para ela, talvez
tentando entender a tempestade que enlaçava seus pensamentos. Tentando apenas
não olhar, quando ela fingia que não percebia. Talvez esse momento fosse o mais
difícil. Quando as aparências maltratavam as emoções. E quando os olhos se
encontravam...
Fingindo
que não se notavam, escondendo tantos pensamentos bons, eles se perderam e se
encontraram dia após dia, numa montanha-russa de sentimentos. Amizade, admiração,
desprezo, escondendo o elo que os unia. Sendo calmaria ou tempestade. Sendo
amor ou ódio. Apenas sendo...