Andava altiva pela estrada de pedras
pontiagudas.
Os pés descalços não sentiam mais
dor.
Cicatrizes profundas os havia
libertado.
Um leve sorriso de paz, lembrou-a de
outras caminhadas.
Quando a morte seria uma bem vinda
companhia.
Então, vindo dos céus ou vindo de
Deus,
Mãos bondosas lavaram-na com as águas
da Jacuba.
Flores dos jardins de Blumenau a
enfeitaram.
E águas salgadas de Camboriú fecharam
as feridas.
Ainda podia ouvir as cantigas com que
embalaram seu sono.
Ombros amigos, fortes, que a
ampararam quando caia.
Podia sentir o toque leve e macio com
que a confortavam.
E os sussurros de doces palavras a
alimentar sua alma.
Por vezes secaram suas lágrimas, por
vezes choraram juntos.
Fizeram-na rir em meio a escuridão de
sua alegria perdida.
Fizeram-na forte quando só queria
perder-se de si mesma.
E assim, hoje, era um retalho
costurado com fio de amor
Por todos aqueles que a retiraram dos
escombros da vida.
E em sua pele estava tatuada a imagem
daqueles rostos
A lhe mostrar que anjos existem e nós
os chamamos de...
AMIGOS.