Nada é pior
que a calúnia.
Ela
transforma vítimas em réus.
Certas
pessoas possuem esse poder,
Maligno,
mortífero, devastador.
Usam seu
poder de persuasão,
Usam
palavras bem pensadas,
Fortes o
suficiente para quebrar
Todo e qualquer
argumento.
E assim,
matam sua presa,
Sem derramar
uma gota de sangue.
Vampiros de
almas, destroem.
Vão sugando
toda a dignidade,
Toda a honra
e a vivacidade.
Nada mais
querem que a vitória.
Mesmo que
ela seja desnecessária.
É só pelo
prazer, pelo poder.
Não lhes
basta destruir os sonhos.
Acham pouco
as lágrimas choradas,
As noites
insones, o amargo na boca.
Acham pouco
as humilhações infringidas,
A tortura
velada, o constrangimento imposto.
Precisam de
mais, precisam destruir o todo.
É o prazer
psicopata de presenciar a dor.
E assim o
fazem, por nada.
Simplesmente
para sentir-se um deus.
E a vítima,
cada vez mais vítima,
Vai ficando
só, envolta nas palavras cinzas,
Que seu
algoz derrama sobre todos.
Aos poucos,
forma uma teia impenetrável,
A sufocar a
verdade que a vítima traz dentro de si.
E esta, sem
forças, chora as ignóbeis sofridas,
Sabendo que
só o tempo poderá redimi-la.
Tirar-lhe do
cárcere imposto pelo impostor.
Mas, talvez,
seja tarde demais,
Nada mais
restando, senão as chagas do abandono.