O escuro que se fez, permitia que eu
sentisse o amargo de tuas palavras.
Ouvia a dor da pele se rasgando, sob
o açoite da mansidão prepotente do senhor feudal.
Impotente na fuga, quedava-me ante ao
terror que me infringias.
Imagens vagavam por minha alma sem
nunca conseguir alcançar a tua.
E os minutos andavam de forma
vagarosa, cumplices do impiedoso.
Tortura alucinante que sufocava o que
de vida havia em mim.
A voz calma era de quem desfrutava o
prazer de fazer de alguém ninguém.
Imagens se embaralhavam na insensatez
da busca por dias de outrora.
Máculas se formavam borrando as
memórias de um passado próximo.
E ali estávamos eu e tu, com a besta
sentada ao teu lado.
E riam-se de mim, que caminhava
trôpega para o cadafalso.
Eu ria-me de mim por ter criado
corvos que me furavam os olhos.
Sem cores em meu olhar, segui pelas
veredas acinzentadas a minha frente.
Surda ao perfume das flores, sem
sentir o voar das borboletas.
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